A audiodescrição é uma técnica que consiste em uma narração que descreve tudo o que é visualmente apresentado no vídeo, desde a aparência dos personagens até as ações que ocorrem na cena.
Ela é amplamente usada em programas televisivos, filmes, peças de teatro, museus e eventos culturais. Com ela, a pessoa com deficiência visual pode entender melhor os elementos que estão sendo apresentados. Na televisão, por exemplo, as narrações descrevem as roupas dos personagens, o cenário e a ação, oferecendo um contexto ao espectador.
Muitas pessoas a confundem com legendas abertas ou closed caption, mas cada uma dessas utiliza técnicas diferentes. A legenda é um texto que representa as falas dos personagens, enquanto a closed caption apresenta legendas completas, que incluem sons e informações adicionais. Já na audiodescrição, a narração é uma descrição oral do que está sendo exibido.
A demanda por serviços desse tipo vem crescendo nos últimos anos devido à busca por inclusão em conteúdos diversos, como espetáculos de teatro e cinema e programas televisivos e de streaming. A obrigatoriedade da acessibilidade em algumas plataformas, de acordo com a legislação em vigor, contribuiu para que esse recurso se tornasse mais procurado.
No Brasil, além da legislação que obriga a maior inclusão em certos conteúdos, a audiodescrição ganhou destaque em eventos esportivos, como as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, onde as narrações descreviam os detalhes das partidas aos telespectadores que não podiam enxergar.
Essa é uma técnica essencial para a promoção da inclusão social e de mais acessibilidade aos conteúdos audiovisuais. A sua utilização e disseminação é uma forma importante de proporcionar aos deficientes a oportunidade de desfrutar do entretenimento, além que poderem consumir os conteúdos em pé de igualdade com as pessoas que não têm problemas visuais.
Como fazê-la acessível
É importante lembrar que, por mais que a audiodescrição já seja, em teoria, inclusiva, ela também precisa ser adaptada para pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Agora, vamos mostrar como fazê-la acessível, tornando assim seu conteúdo ainda mais sensível.
1. Conheça seu público e adapte a linguagem
Conhecer seu público é fundamental! É preciso adaptar a linguagem de acordo com o público-alvo, de modo que a descrição e o vocabulário sejam claros e compreensíveis. Use frases curtas e objetivas, caso não seja um material profissional específico, evite jargões e termos técnicos, e considere sempre o nível educacional das pessoas que vão assistir o conteúdo.
2. Descreva o essencial
No processo, é importante descrever tudo que possa ser essencial. O objetivo é fornecer informações que não podem ser compreendidas pelo público com deficiência visual. Portanto, além de descrever o que está acontecendo na cena, inclua informações relevantes sobre os personagens, cenário, figurino e ação da cena.
3. Inclua informações sonoras
Embora a audiodescrição tenha como foco a descrição dos elementos visuais, também é importante incluir informações sonoras. Se houver música, sons de ambiente, efeitos sonoros ou diálogos, eles também devem ser mencionados, para que o público surdo ou com deficiência auditiva possa entender completamente a cena.
4. Use efeitos sonoros para orientação
Os efeitos sonoros podem ser usados para orientar o público com deficiência visual sobre o que está acontecendo na cena. Por exemplo, um som de porta abrindo ou fechando pode sinalizar uma mudança de ambiente, o som de passos pode indicar a movimentação dos personagens. Esses detalhes complementam a audiodescrição, tornando-a ainda mais completa.
5. Teste e revise a audiodescrição
É essencial testar o produto final com o público-alvo e revisar o conteúdo de acordo com as sugestões e feedbacks recebidos. Verifique se a narrativa está clara e se os elementos estão sendo retratados de forma adequada. Lembre-se de que esse é um processo em constante evolução, e é necessária uma revisão contínua para garantir a sua qualidade.
Começar todo esse processo de remodelação demanda planejamento, conhecimento do público, e revisão constante. No entanto, o resultado final pode ser bastante satisfatório, tornando o conteúdo mais inclusivo e acessível a todos.
O que essa mudança impactaria
A audiodescrição é uma ferramenta importante para garantir a inclusão e acessibilidade de pessoas com dificuldades. Porém, apesar de sua importância, ela ainda não é amplamente disseminada, e sua falta pode ter impactos negativos para as pessoas desse nicho.
Um dos principais impactos de tornar esse recurso mais acessível é a garantia do direito de acessibilidade. Segundo o último censo realizado pelo IBGE, em 2020, existem cerca de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, o que representa cerca de 3,2% da população brasileira. Garantir esse suporte é um passo importante para garantir a inclusão dessas pessoas, permitindo que elas possam ter acesso a informações e entretenimento.
Torná-la mais sensível pode gerar impactos positivos na educação e no mercado de trabalho para pessoas com esse tipo de impedimento. A tendo disponível em materiais educacionais, como livros, pesquisas e monografias, alunos cegos ou com baixa visão podem ter uma experiência mais enriquecedora. Da mesma forma, com ela presente em produções como filmes e séries, essas mesmas pessoas podem ter mais opções de lazer e entretenimento, além de uma maior inserção no mercado de trabalho, em áreas como a produção de peças teatrais e a narração de audiobooks.
Isso tudo representa enormemente a ampliação da empatia para com as pessoas com deficiência. Assim, os que não têm essa deficiência poderão perceber a importância da descrição de elementos visuais em um produto audiovisual, levando a uma maior compreensão e visibilidade sobre a necessidade de tornar outros meios de comunicações e tecnologias mais acessíveis e inclusivas.
É sempre bom destacar que isso pode ainda gerar um impacto positivo na cultura e na sociedade como um todo. Incluir a audiodescrição em exposições de arte e eventos culturais pode permitir que todos tenham um acesso mais amplo e igualitário a manifestações culturais. Ela pode ajudar a garantir uma representatividade mais diversa em produções, permitindo que pessoas com deficiência se reconheçam em personagens e histórias que os representem de maneira mais fiel.
Conclusão
Tornar a audiodescrição mais acessível pode ter um impacto significativo e positivo para pessoas com deficiências, além de contribuir para uma sociedade mais inclusiva e diversa. É necessário que haja um esforço para que essa ferramenta esteja cada vez mais presente em produções de todas as formas, e em outros materiais e áreas, garantindo um acesso amplo e democratizado para todos.
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